Mulher contando seu dinheiro após sacar em um caixa automático.
Exemplo de dinheiro em sua forma mais líquida.

Exatamente, este artigo é fundamental para você não se precipitar em seus investimentos. Quando se está iniciando a investir, escolhendo e adquirindo bons ativos financeiros, como ações de boas empresas e cotas de bons fundos imobiliários, dois fenômenos diferentes podem acabar acontecendo:

  1. Você pode acabar se decepcionando com os pequenos dividendos recebidos após os primeiros aportes, e isso pode acabar te fazendo desistir do seu processo de enriquecimento.
  2. Você pode acabar se empolgando tanto com os investimentos, a ponto de acabar investindo uma parte do seu dinheiro que você precisaria no curto prazo e isso pode acabar te gerando a necessidade de se desfazer dos seus recém comprados ativos, por vezes, tendo até que realizar prejuízo.

Nenhuma das duas situações listadas acima é positiva para o investidor. Mas, como evitar esses problemas?

Saiba para que servem as ações

A menos que você viva de comprar e vender ações, estas não servem para obter grandes retornos imediatos. O raciocínio também vale para fundos imobiliários.

Em geral, a aquisição de ações serve para acelerar a construção de um patrimônio que seja capaz de gerar renda crescente à medida em que este seja gradativamente acumulado.

Vamos ao exemplo: suponha que José decida gastar mil reais na compra de ações da empresa IHCS todos os anos, começando a partir desse ano. Essa empresa, na média, paga 5% de dividendo todos os anos e sua cotação, para fins desse exemplo, sempre gira em torno de dez reais.

No primeiro ano, após comprar as primeiras 100 ações, no custo total de mil reais, José, na data de pagamento de dividendos, recebe o valor de cinquenta reais. No segundo ano, além de gastar mais mil reais, o José reinvestiu seus dividendos recebidos no valor de cinquenta reais e acabou fazendo um aporte de 1050 reais no segundo ano.

O José repetiu o processo todos os anos durante trinta anos e, até o último ano, gastou um total de trinta mil reais, mas acumulou um patrimônio de mais de setenta mil reais e que gera uma renda anual de mais de três mil e quinhentos reais.

Isso tudo investindo apenas uma vez por ano em uma empresa que não se valorizou e que paga um dividendo apenas razoável. Agora imagina se o José tivesse investido todos os meses, em empresas que se valorizassem e que pagassem dividendos crescentes. Imagina como o José estaria bem de vida ao final dos trinta anos.

É para isso que servem as ações.

O problema da decepção

Mulher olhando para tela de seu computador insatisfeita com seus resultados.
O problema da decepção com a baixa rentabilidade nos primeiros aportes.

Mesmo sabendo que o futuro reserva um cenário potencialmente muito positivo, o investidor iniciante, ao observar um primeiro retorno muito baixo pode acabar se decepcionando. E é aí que ele passa a investir valores menores, ou parar de investir, ou até mesmo vender seus ativos recém comprados, inclusive, por vezes, realizando prejuízo.

Infelizmente, a única solução para esse problema é a paciência. O crescimento de patrimônio é um processo lento e, caso você queira chegar no final dele, vai precisar aguardar o tempo necessário. Pode ser que leve 5 anos, mas pode ser que leve 30. O tempo necessário para construir um patrimônio que gere renda suficiente para atender às suas expectativas vai depender de alguns parâmetros como o tamanho das suas expectativas, a qualidade dos ativos que você escolheu, o preço médio pelo qual você comprou os ativos e da quantidade de ativos que você conseguiu comprar.

O problema da empolgação

Homem olhando para a tela de seu computador e se regozijando com seus resultados financeiros.
O problema da empolgação com períodos de mercado em alta.

Dinheiro para se investir em ações é o dinheiro que não vai fazer falta. Não adianta começar a investir se suas finanças estão descontroladas. Antes de ser investidor, você tem que ser poupador, ou seja, você precisa gastar menos dinheiro do que você ganha. E essa diferença residual, que não faz falta, você investe.

Vamos ao exemplo: suponha que João receba 2.000,00 reais por mês e gaste 2.200,00 no mesmo período. Como o João vai poder investir desse jeito?

Essa é a realidade de muitos investidores iniciantes. Eles começam a investir sem ter controle prévio de suas finanças e, quando percebem que vão precisar de dinheiro, vendem suas recém compradas ações e fundos, muitas vezes amargando prejuízo e, ainda por cima, sem coletar um dividendo sequer.

Não adianta se empolgar: primeiro tem que cortar gastos, ou aumentar a renda mensal, ou as duas coisas.

Suponhamos agora que o João trocou a academia particular por uma academia pública, que costuma ser gratuita, e cancelou 4 dos 5 serviços de streamings de vídeo que assinava (e somente usava 1 deles). Com isso, o João passou a ter um orçamento mensal de 1.900,00, o que significa que, após pagar suas dívidas, ele passou a ter um uma folga de 100,00 por mês, que não vão fazer falta a ele. É esse dinheiro que ele tem que investir.

O que é liquidez?

Liquidez de um ativo é a facilidade de transformá-lo em dinheiro. Quanto mais fácil e rápido for a transformação do ativo em dinheiro, maior será sua liquidez. Simples assim.

No mundo dos ativos reais, esse conceito de liquidez é mais fácil de entender: imagina que você tem que vender dois carros. Um deles é o Volkswagen Gol G4 2011 e o outro é um Chevrolet Caravan 1991. Ambos os veículos custam cerca de R$24.000,00, de acordo com a tabela FIPE, no momento em que escrevo esse artigo. Qual desses dois ativos é mais fácil de vender? Para qual desses dois ativos, é mais fácil encontrar um comprador disposto a pagar os vinte e quatro mil reais? O mais natural é que o Gol seja mais fácil de vender. Logo, diz-se que o Gol seria um ativo mais líquido que a Caravan no exemplo acima.

Por que ter liquidez é importante?

No mercado financeiro, é possível encontrar diferentes produtos com suas características particulares, sendo uma das mais importantes: a sua liquidez.

Ativos financeiros mais líquidos podem ajudar na sua carteira de investimentos compondo a sua reserva de emergência. Por exemplo, o CDB POS DI LIQUIDEZ DIARIA, disponível no aplicativo do Banco Inter, apresenta liquidez praticamente imediata, em horário comercial. O que o torna uma boa opção para compor a reserva de emergência.

Já quando se vende ações de empresas brasileiras, toma-se 2 dias úteis para receber o dinheiro da venda e, além disso, você pode não conseguir vender no preço que você gostaria tendo, por vezes, que reduzir seu preço de venda para encontrar um comprador disposto a adquirir a ação que você está vendendo.

Ou seja, a liquidez de uma ação de empresa brasileira é menor que a liquidez de um CDB POS DI LIQUIDEZ DIARIA. Desse modo, apesar de ações de boas empresas poderem performar muito bem, sendo indicadas para compor a parte da sua carteira responsável pela aceleração do crescimento do seu patrimônio, se observa que ações não são uma classe de ativos indicada para compor a reserva de emergência.

Se você se empolga com os seus investimentos, e começa a adquirir ativos de menor liquidez em quantidade maior do que suas condições permitem, comprometendo seu orçamento, você pode acabar ficando sem dinheiro para honrar seus compromissos financeiros mensais. E isso pode trazer prejuízos financeiros relevantes.

Por isso que, antes de investir, você precisa estar com suas contas em dia, gastando menos dinheiro do que você ganha. E, ao investir, ter plena ciência da liquidez e do propósito específico de cada ativo na sua carteira.

Não compre ações antes de ler isso!
Tags:             

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *